

Significa estrela. Estrela guia. Estrela que me guia. Que guia a nós. Irmã da mãe. Nossa tia. Quase mãe. Um café, um almoço e um conselho. Uma coca-cola, um suco e mais conselhos. Um conselho sobre a vida, a roupa e o cabelo. Um conselho sobre o namorado, casamento e emprego. Papo longo, papo curto, tudo é motivo pra papo. Papo sempre bom. Papo às vezes chato. Papo sem papas na língua.
Diz-se baixinha, eu digo que é! A mais das irmãs. Mas é baixinha só no tamanho. Abraça o mundo, pois é boa, boa de coração. O gênio é meu também, numa versão melhorada que a idade ajudou a compor. Eu digo que é mãe do filho luminoso e é filha iluminada.
Presente em tudo. Na saúde e na doença. Principalmente na doença. Estava lá quando soube que tinha câncer, estava lá quando partiu. Ouviu seu último suspiro, sentiu o seu penar. No velório discursou: “Vai minha irmã querida, descanse em paz”. Eu cuido aqui das meninas, na verdade isso não foi dito. Ficou implícito. Cuidou. Cuida.
Cuida da Camila e da sua dor, pede para não raspar a cabeça, que é pra deixar que os cabelos se vão. Pede pra usar a peruca, compra a peruca. Pede que eu seja melhor, melhor de gênio, melhor de jeito, melhor por dentro. Cuida oferecendo sua casa num dia de sol ou chuva. Cuida ligando pra saber como estamos. Cuida ausente. Cuida com os olhos.
Outrora, foi Teté. Hoje Tia Esther. Um dia meio avó Esther. Para sempre quase mãe Esther.