segunda-feira, 24 de maio de 2010

O vencedor


Pai. O texto fala dele. Sua trajetória é marcada principalmente por sua melhor qualidade, a hombridade. De infância humilde, apaixonado pelo Botafogo, o menino franzino que vendia “sonhos” na porta do cinema e engraxava sapatos vislumbrava dias melhores. Fez do seu desejo, seu legado. O encontro com a “baixinha” era a força motriz que faltava. Construiu nosso patrimônio com sua ajuda e por ser tão perfeccionista e persistente em suas ações. Perfeição para alcançar o seu lugar ao sol.
Personalidade forte, passos fortes, olhos fortes... Forte na doença dela. Uma muralha. Não fraquejou. Mas, já era hora de chorar e chorou feito pequeno na partida. Amputaram o seu amor e ele não mais voltaria. E a saudade? Essa doía palpitada.
Na doença da filha, já sabia a lição...
Desde sempre foi intenso, com a casa, com os valores, com as filhas. Em contrapartida em muitas situações o vejo frágil. Falo de uma fragilidade que transborda junto ao choro. Acho bonito de se ver, porque entendo como desculpas. Vejo-me parecida...
Meu pai. Meu espelho! Me emociono!As lágrimas também são de desculpas. Principalmente por não entender. Acho que é vitorioso exatamente por se mostrar tão capaz de superar com dignidade tudo aquilo que lhe é dado como provação. Fica também o exemplo e a eterna gratidão.
Profetizo sua velhice e sei que dela participaremos ativamente. A música cantada por Elis Regina com tanto fervor reverbera o meu pensar. “... nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não, você diz que depois deles, não apareceu mais ninguém...” E jamais aparecerá.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Antes que seja tarde (música)

olha, não sou daqui
me diga onde estou
não há tempo não há nada
que me faça ser quem sou
mas sem parar pra pensar
sigo estradas,sigo pistas pra me achar

nunca sei o que se passa
com as manias do lugar
porque sempre parto antes que comece a gostar
de ser igual, qualquer um
me sentir mais uma peça no final
cometendo um erro bobo, decimal

na verdade continuo sob a mesma condição
distraindo a verdade, enganando o coração

pelas minhas trilhas você perde a direção
não há placa nem pessoas informando aonde vão
penso outra vez estou sem meus amigos
e retomo a porta aberta dos perigos

na verdade continuo sob a mesma condição
distraindo a verdade, enganando o coração

na verdade continuo sob a mesma condição

PATO FU

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Caridade x Insatisfação

Insatisfação? Sensação da vez! Faço diariamente essa reflexão e posso definir como um misto de vazio interior com desagrado exterior. Carrego comigo seqüelas vivenciadas no passado e presente que ainda imperam fortemente. Penso como solução imediata a prática da caridade. E penso que é um anseio com dois significados, um sentimento em beneficio próprio e ao outro. De fato é isso mesmo, a possibilidade de amar ao próximo como a ti mesmo.
Tenho almejado paz de espírito. Reconheço a importância dos momentos de meditação. E neles me questiono sobre a prática da caridade. Sobre os preceitos doutrinados por Jesus Cristo e pela vontade de exercer o amor da forma mais singela e verdadeira, tento romper de vez com sentimentos ambiciosos em prol da felicidade, buscando o real sentido da nossa existência.
O exercício da caridade é a possibilidade de se colocar no lugar do outro. É abnegar do egoísmo, fazendo das necessidades alheias busca para transformação interior e também utilidade social. Já que para muitos, os impostos cobrados pelo governo já nos isenta do nosso papel perante aos princípios do cristianismo, que seria o sentimento de altruísmo ou a caridade.
E não falo de muito! Falo de gestos simples, o de ouvir por exemplo. Alivia a dor. E nos faz útil. Faz-nos sentirmos grandes! Sustentar a esperança de que os dias possam ser melhores é fazer o bem. Nutrir ao semelhante conforto espiritual é exercer a benevolência.
De novo volto para mim, mais uma vez. Às vezes me deparo com a escuridão, penso em esmorecer, mas, retroceder jamais! E me lembro que cada um de nós tem sua missão. E distingo a minha no meu trabalho, naquilo que faço com tanto comprometimento e convicção.
Nesse momento me sinto completa, tomada por sensações do bem! E reconheço que a tal insatisfação nada mais é que falta desse preenchimento e percebo que fazer a caridade é fazer o que gosto, é praticar o AMOR!




segunda-feira, 10 de maio de 2010

Feliz Aniversário.

Um dia especial. Comemoramos e brindamos a sua vida! Que a saúde possa ser o impulso para realização dos desejos e sonhos guardados no fundo do coração. A paz uma busca infinita. E o sucesso, espelho da sua persistência.
Minha irmã, que Deus seja o mentor de suas escolhas e luz para o martírio de dias sombrios. Que o nosso amado pai, te ame incondicionalmente. Guti, a energia e abrigo para quando for preciso. Eu, sua irmã de sangue e de alma, presença e incentivo de suas vitórias e conquistas. Família, a base para construção da sua.
Acredite, seremos platéia constante em sua vida, com direito a cadeira cativa. Assim, sentados na primeira fila, aplaudindo ao seu triunfo. E ao final, quando as cortinas do palco estiverem sendo fechada e as luzes apagadas, lembre-se sempre “o show não pode parar”.
Sempre juntos, agora e para todo o sempre. Nós te amamos.
Felicidades!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mal necessário.

Sabe aquela história do mal necessário? Pois bem, no momento é a tal quimioterapia. Que causa tanto desconforto e possui efeitos colaterais significativos (náuseas, vômito, diarréia, aftas, queda de cabelo, entre outros) Mas que por outro lado, é a possibilidade de pensar que existirá vida após essa provação. Que esse mal vivido atualmente nos trará momentos de muita felicidade num futuro que se aproxima.
Ponderar assim é pensar que somos perfeitamente passíveis de nos regenerar, de nos recuperar e ainda digo mais, somos totalmente capazes de tirar proveito de situações aparentemente desesperadoras em beneficio próprio. E posso afirmar com veracidade que tais males tem transformações de uma magnitude tão grande que pode modificar não só uma pessoa mas todo o meio que está inserida.
Partindo desse pressuposto e tendo como parâmetro a doença da Camila, que a princípio nos fez ter paúra da morte e logo nos intrigou, já que é nova, sem histórico de câncer de mama na família, saudável... Foi capaz de nos fazer refletir de como somos frágeis e estamos suscetíveis a adoecer nessa vidinha mundana. Foi responsável também por nos encorajar a enfrentar essa situação e nos mostrar que somos fortes já que estamos vivenciando um momento de extrema delicadeza e, além disso, trouxe implícito que possamos tirar da dor um ensinamento.
Acho que essa é a grande lição, a grande sacada da nossa existência. É tentar fazer da nossa passagem, tempos menos sofridos, já que a vida por si só se encarrega de nos dar obstáculos a serem superados. Questionar-nos é importante. Mas aprender é fundamental. E tenho aprendido. Aprendi que a dor é inevitável. Mas o sofrimento esse é opcional.
“Não há mal que sempre dure, nem bem que não se acabe”... Estamos no aguardo!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Na hora do sufoco...


Restam poucos!
Seria um desabafo ou uma reflexão?
Durante meus trinta anos, passei por dois grandes momentos de tristeza. E digo com solidez que em ambas as ocasiões o apoio recebido são daqueles que ficarão para posteridade.
Não esqueço o compromisso comigo e a força recebida quando pensei em desistir, não me esqueço da palavra amiga e do ombro oferecido quando achei que era o fim. Não me esqueço da preocupação quando as noites mal dormidas me faziam fraquejar. E não me esqueço do abraço apertado me dizendo “tudo vai passar”.
Penso nas orações e de como essa energia emanada foi sentida em nossos corações. Penso na demonstração de carinho e no colinho recebido quando as lágrimas rolavam sem explicação.
Penso nos olhares de afeto e compreensão, penso na fé divulgada em benefício da recuperação.
Mas penso também naqueles que mesmo distante não deixaram de pensar em nenhum instante. E penso naqueles que mesmo perto, perderam a oportunidade de estar cada vez mais perto.
E de tudo se tira uma lição! Fica estabelecido um paradoxo então! O que eu pensava ser verdade era ilusão... Mas sinto multiplicar o clamor pela cura e desse feito surgiu um novo efeito! São os novos laços infindáveis de amizade e ternura que ficarão para eternidade.